"O poeta morreu. Postumamente, se publicam os seus versos. (...) Maníaco sagrado, o poeta está próximo do xamã, do profeta e do louco, mas sem doutrina em que tenha de crer, nem divindades por que se deva deixar possuir, nem delírio a que esteja coercivamente submetido. Proclamador do patente que os outros ocultam ou evitam, ser poeta não é meio, mas princípio e fim."

sábado, 21 de novembro de 2020

Joaquim Lúcio

     Nascido na Lisboa dos anos 60, falecido algures entre o final dos anos 80 e a primeira metade dos 90, teve uma breve ressurreição nos anos recentes para acabar de viver a sua morte. São-lhe alheios os graus académicos que tem e ainda mais a profissão onde acabou por morrer. O mesmo se diga da esporádica atividade política e da cidade onde lhe calhou ser estrangeiro. Enquanto jazia falecido, casou e procriou, e a estranheza de se ter entregado totalmente durante um quarto de século acabou como devia ter começado. E, durante todos esses anos, o poeta falecido e largado fora como lixo era um trambolho que incomodava cada ação, cada pensamento, cada situação. O cadáver do poeta manteve-se como um aguilhão, uma acusação, uma denúncia que exigia um funeral condigno. Talvez, agora, possa para sempre descansar.

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