"O poeta morreu. Postumamente, se publicam os seus versos. (...) Maníaco sagrado, o poeta está próximo do xamã, do profeta e do louco, mas sem doutrina em que tenha de crer, nem divindades por que se deva deixar possuir, nem delírio a que esteja coercivamente submetido. Proclamador do patente que os outros ocultam ou evitam, ser poeta não é meio, mas princípio e fim."

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Tudo o que fui

Tudo o que fui não é nada

o que poderia ser, tudo

a existência fracassada

oculta no sobretudo

 

Viver não é um caminho

morrer não é um destino

embebedei-me sem vinho

de mim mesmo clandestino

 

O mesmo vazio de sempre

percorrer-se nos dejetos

de ser tão-só algo entre

 

entre sujeito e objetos

entre átomos e planetas

terréu de caos e cometas

 

 © Joaquim Lúcio,  11/1/25

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